sexta-feira, 25 de julho de 2008

Cacimbo sem ponto final

O dia amanhece completamente em preto-e-branco, prédios, árvores, céu, a P a ressonar ao meu lado, tudo em preto-e-branco, como se o friozinho da madrugada, ao resfriar a cidade, lhe roubasse cores e tons e meios-tons antes que a manhã nasça, tímida, nada de explosão de tintas, nasça mesmo devagar, insinuando pequenos tons pastéis em tudo que era cinza e preto e branco e cinza e branco, e tudo começa a ganhar um colorido suave que, ao longo do dia, o vento fresco vai varrendo em prédios, esquinas, carros, gente, bacias de frutas-verduras-sandálias-o-que-puderes-imaginar nas cabeças, como um pincel a reforçar as cores para que, no final, a tarde termine imprimindo tons de laranja encarnado em tudo que se vira para os lados da baía, como a preparar a tela para a chegada da água raz da noite, a descolorir tudo de novo para o dia seguinte...

8 comentários:

  1. Adorei o texto. Beijo f.

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  2. F.

    Parabéns pelo texto, muita sensibilidade.
    chr

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  3. Ufa, que até fiquei sem fôlego! Belo texto F.!

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  4. Fala, F.
    tudo beleza? o blog tá show de bola
    Estou em Pequim na cobertura olímpica do L! e tô precisando de uma ajuda do amigo morador de Angola. Fernandes e Morais serão os representantes do país no vôlei de praia e jogarão "só" contra Ricardo e Emanuel. Será que pode me mandar um texto sobre o esporte aí, se já ouvir falar da dupla, etc. Usaria aqui como um com a palavra.
    Pode me responder pro e-mail do jornal: danielb
    um abração e boa sorte aí

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  5. F., parabéns! Excelente !

    Jean Claudi.

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  6. Queria que minha janela abrisse pra essa Luanda.
    Há de abrir.

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  7. Muito obrigado, Kianda, CHR, Migas (se desmaiar sem ar, apoia-te nas vírgulas!), e Jean.
    DB, desculpe, só vi agora seu comentário. Andava passando de corrida. Nunca ouvi falar nada da dupla, mas se te interessar posso pesquisar algo.
    Mayra d'Angola, tens uma janela? Isso já é um bom começo...

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  8. De nada, Fernando.

    Continue a nos brindar com textos tão interessantes.

    Um abraço,

    Jean Claudi.

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