quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Exposição fotográfica tás a ver? convida a uma viagem pela África

Mostra organizada pelo coletivo multimídia tás a ver? será

inaugurada no dia 16/11 na galeria Matilha Cultural


Qual a primeira coisa que vem à sua cabeça quando se fala em África?

A exposição tás a ver?, que será inaugurada no dia 16/11 na Galeria Matilha Cultural, traz fotografias do continente africano que vão além dos estereótipos comumente associados à África, revelando também seu lado urbano e contemporâneo. “A ideia é abrir um espaço para uma nova imaginação sobre a África atual”, diz Juliana Borges, uma dos sete integrantes do coletivo.

As fotografias são recortes de realidades distintas e contrastantes captadas pelas lentes de sete profissionais integrantes do coletivo multimídia tás a ver?, que viveram e viajaram por mais de 18 diferentes países africanos. “Uma grande curiosidade e paixão pelo continente africano nos une e, nesta exposição, queremos dividir o que vimos e sentimos: uma África contemporânea, atual, vibrante, que mistura o tradicional e o moderno”, diz Roberta Lotti, jornalista e integrante do coletivo. A curadoria do material é assinada pelos cenógrafos Pedro Vieira e Claudia Afonso, especialistas em montagens de exposições.

Logo na entrada da galeria o visitante se depara com uma instalação de áudio com sons captados em algumas grandes cidades africanas: carros, lotações, conversas, músicas e vendedores ambulantes anunciando seus produtos. Divididas em cinco núcleos, cerca de 40 fotografias estarão expostas em móbiles com espelhos a partir de fios que saem de um grande mapa africano desenhado numa das paredes. Entre as imagens, o visitante poderá ver ruas, outdoors, mercados, estradas, retratos e texturas de mais de oito países diferentes do continente.

A exposição – a primeira de uma série de três – será inaugurada com um coquetel no dia 16/11, a partir das 19h. Com o patrocínio daMandalah, empresa de inovação consciente, a mostra convida os visitantes para uma viagem que permite integrar o que eles tradicionalmente já conhecem do continente a novas referências visuais.



Sobre o coletivo tás a ver?

O tás a ver? é um coletivo multimídia que desenvolve projetos em educação, arte e cultura para ampliar o diálogo e estreitar as relações entre o Brasil e países africanos. Foi criado em janeiro de 2010 por sete profissionais das áreas de comunicação e artes. Todos moraram em países africanos – como Angola, África do Sul, Moçambique, Mali e Etiópia – e voltaram com vontade de aproximar os dois lados do Atlântico. Entre os projetos em execução estão o documentário Luanda Geografias Emocionais, sobre a capital angolana e Manos, um livro com textos de jovens escritores brasileiros e moçambicanos.


Algumas das premissas do tás a ver?

  • buscar canais de troca humana, transcendendo a produção de bens culturais ou de comunicação;

  • ampliar os canais de comunicação entre empresas, governos e organizações sociais do Brasil e de países africanos;

  • mostrar aspectos contemporâneos dos países africanos que desconstroem os estereótipos associados à África;

  • reforçar a ideia de que a África é um continente diversificado, formado por 54 países;

  • estabelecer de fato uma relação de intercâmbio entre brasileiros e africanos;

  • criar conteúdos que possam ser disseminados livremente (CC).


Sobre a Matilha Cultural

A Matilha Cultural é uma entidade independente e sem fins lucrativos instalada em um edifício de três andares, localizado no centro de São Paulo. A Matilha integra um espaço expositivo, sala multiuso, café, além de um cinema com 68 lugares. Fruto do ideal de um coletivo formado por profissionais de diferentes áreas, a Matilha foi aberta em maio de 2009 e tem como principais objetivos apoiar e divulgar produções culturais e iniciativas sócio-ambientais do Brasil e do mundo.


Serviço

EXPO fotográfica tás a ver?
16 a 27 de novembro de 2010
Galeria Matilha Cultural

R. Rego Freitas, 542 - próximo à estação República do metrô, tel. (11) 3256-2636

matilhacultural.com.br
de terça a domingo, das 12h às 20h – o horário de funcionamento da casa pode variar conforme a programação.
entrada gratuita


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Retornei à Angola hoje à noite - e morri de saudades, como num fado rasgado...


Depois de praticamente um mês de negociações, idas e vindas de amigas à Lisboa, encontros e desencontros, caiu-me hoje às mãos o livro Aerograma, de Afonso Loureiro.

Filho direto do fabuloso blog de mesmo nome, listado ao lado, o livro de Afonso, já nas primeiras páginas está sendo, para mim, uma leitura misturada de alegrias e saudades desta terra distante que nos uniu a todos, os desta Casa, os dos outros blogues, os que ficaram, os que foram para outras paragens.

Tantas, tantas saudades...essa coisa que só quem se expressa em Língua Portuguesa sabe o que é...

Vou ler o Aerograma à maneira de Clarisse Lispector: aos poucos, poupando as páginas, para que a história não chege ao fim logo. E, de propósito, deixar o livro escondido em alguma gaveta de casa só para depois ter a grata supresa de encontrá-lo de novo.

A relação da Casa de Luanda com o Aerograma, na verdade, sempre foi muito esquisita. O Afonso chegou em Luanda pela mesma época que a maioria de nós, julho de 2008, mas só encontrou com um ou dois moradores daqui uma única vez. Não faço a menor idéia de o autor está mais para o look do Ricardo Pereira ou o aplomb do Zé Socrates. Virtualidades...

De longe, o rapaz sempre mostrou-se mais observador e narrador da realidade angolana - sem tintas para nenhum lado, como é hábito de quem abre um blog - mil vezes melhor do que nós, um bando de jornalistas, na sua maioria.

Até hoje desconfio que o Afonso é jornalista também. Escreve muito bem o rapaz.

Sem contar o manancial incrível de fotografias do blog, algumas delas copiadas sem a menor vergonha por jornais angolanos, a ponto do autor tomar a drástrica - e para nós gozadíssima - decisão de colocar uma marca d´àgua nas fotos.

De longe, à princípio, percebe-se logo o olhar humanista de Afonso, ao observar e escrever no blog e no livro coisas como:

"Percebo o sentimento dos que falam de África com um sorriso e um lágrima".

O que é, hoje, o blog Casa de Luanda senão só isso?

Ou ainda:

"Dizem que no dia que se chega a um país sabemos o suficiente para escrever um livro, mas que ao fim de um mês o conhecimento só enche uma página e ao fim de um ano escrevemos uma linha, a custo."

É isto mesmo: quanto moradores desta Casa não escrevem mais uma linha?

Parabéns, Afonso, por escrever este belo registro sobre esta terra que todos amaremos para sempre e por fazê-lo chegar até aqui, nesta outro ponta do triângulo chamado Brasil.

O livro pode ser adquirido através da loja virtual do Aerograma (http://aerograma.net/livro), ou nas seguintes livrarias:

- Livraria Nazaré e Filho, na Praça do Giraldo, 46 – Évora - Livraria Apolo 70, Centro Comercial Apolo 70 – Lisboa - Livraria Diário de Notícias, Praça D. Pedro IV, 11 – Lisboa - Livraria Oficina do Livro, Praça D. Pedro IV, 23 – Lisboa - Livraria Portugal, Rua do Carmo, 70 – Lisboa - Livraria Círculo das Letras, Rua Augusto Gil, 15B – Lisboa - Livraria Barata, Av. de Roma, 11A – Lisboa - Natureoffice, Av. 5 de Outubro, 12E – Lisboa

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Brasil elege a primeira presidenta da sua história


Dilma Roussef, ex-ministra da Casa Civil, 54 anos. Lula anuncia que vai se dedicar a levar ao mundo seus programas sociais, nomeadamente o Bolsa Família, em países pobres da América Latina e da África. Dilma assume a presidência do Brasil em 1 de janeiro de 2011.