quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pimenta & Chocolate

A revista Chocolate & Pimenta começou por ser uma enorme surpresa. Para quem, como eu, quando viaja, gosta de trazer uma lembrança gastronómica em formato de papel, pareceu-me uma ideia maravilhosa. Mesmo para quem vive em Angola e gosta de usar os produtos locais e, não sabe como, é uma excelente alternativa. No entanto, um dos últimos números que comprei, as propostas eram tudo menos... Angolanas. A revista tem óptima qualidade estética, muito superior a algumas Made in Portugal, por exemplo. Porém, o que a tornava única, eram as sugestões com inspiração marcadamente Africana. E por isso, especial. Que graça tem, comprar uns exemplares para oferecer a amigos que não conhecem África, quando as receitas são, por exemplo salada de mozzarela com tomate? Aqui fica a referência e a esperança de que voltem a torná-la "A" revista de culinária Africana!

domingo, 25 de abril de 2010

Pelé calado é um poeta


O Presidente da República José Eduardo Dos Santos, recebeu nesta Sexta – feira, 23/04, a antiga estrela do desporto mundial, considerado o Rei do futebol, Edson Arantes do Nascimento, Pelé, onde foi informado sobre os andamentos do seu Projecto habitacional, desenvolvido em Angola, para dar emprego e melhores oportunidades de vida, aos cidadãos angolanos.

Pelé, disse no final da audiência concedida pelo Chefe de Estado angolano, que a conversa girou em torno das oportunidades de melhor moradia, emprego e qualidade de vida, que o projecto habitacional, em que está envolvido em Angola, dará para os angolanos.

“Aliás, esta é também uma forma de mostrar ao Mundo, através do que o Pelé, está fazendo, que Angola, está a crescer, por isso eu gostaria de parabenizar a todos por isso”, disse, a Reportagem da TPA.

Edson Arantes do Nascimento, felicitou também ao Governo e a todos angolanos pela excelente organização do CAN – 2010, realizado de 10 á 31 de Janeiro.

Comentário do X: Lembrar da frase célebre de Romário: Pelé calado é um poeta


sábado, 17 de abril de 2010

Angola não é mais aquela

Depois de saborear um crescimento espetacular, que bateu em 20% em 2007, os brasileiros que foram ganhar a vida em Angola atravessaram uma maré de crescimento negativo e desemprego crescente em 2009. Dos 4 mil trabalhadores expatriados que a Odebrecht mantinha no país, quase todos brasileiros, só restaram 1.500. Os outros voltaram pela falta de trabalho. Muitas obras – especialmente as que ainda estavam na prancheta – foram canceladas. Estimativas não oficiais dizem que o calote sofrido por grandes empresas privadas soma US$ 2 bilhões. Entre muitos sinais ruins, a alta recente do barril do petróleo, que chegou a US$ 80 na semana passada, trouxe um primeiro alívio.

Fonte: Revista Época

terça-feira, 13 de abril de 2010

Luto na Casa de Luanda

Soube hoje, por este comentário deixado nesta casa, que morreu Fernando Baião, grande escritor angolano, colaborador deste blog e meu grande kamba.

Meu coração se enche de tristeza pela perda e por não ter podido me despedir do amigo. Mesmo sabendo que você não acreditava em Deus ou em vida após a morte, Fernando, deixo aqui para você estas palavras sobre a construção dessa nossa amizade tão breve, mas tão verdadeira.

Fernando,

Você apareceu pela primeira vez na Casa de Luanda lá por meados de abril de 2008. Não nego que me assustou um pouco com seus comentários vigorosos, de opiniões fortes e sem preocupações de agradar a este ou àquele. Era sempre muito franco, contundente na exposição de suas ideias e na reação a injustiças cometidas contra Angola nos textos que cá publicávamos.

Depois entendi de onde vinha aquela força. Você amava este país acima de tudo e apesar de ter nascido em Portugal. Como sempre dizia, ao homem não é dado escolher onde nasce, mas sim onde vive. Talvez por isso, por ter feito sua escolha, você amasse Angola tão genuinamente, sem medo de ouvir as críticas e de reconhecer os problemas. Era um patriota verdadeiro, que assumiu responsabilidades no momento da Dipanda, integrou os primeiros governos do MPLA histórico, mas fez questão de se afastar ao perceber que as novas gerações, cegas pelas ‘cabeças grandes’ do petróleo, desvirtuavam os rumos que você e tantos outros das primeiras horas de luta haviam sonhado para o país. Eram ‘os problemas que estávamos com eles’, como você gostava de dizer.

Nada demorou para que você se tornasse um morador desta casa, escritor que era, e passasse as nos brindar com seus textos que nos mostravam uma Angola profunda que só mesmo um Branco de Quintal poderia ter conhecido.

Eu ainda não sabia então, mas esse mesmo vigor dos textos você usava também para combater um câncer. Só o soube um ano depois, quando você veio a São Paulo para uma quimioterapia e pudemos então nos conhecer pessoalmente.

Foi incrível ver a força com que você encarava a doença, sem se deixar abater, rejeitando o papel de vítima. Lutava como o guerreiro que sempre foi em todos os momentos da sua vida – no exílio da juventude na Bélgica, na clandestinidade da luta pela Dipanda, nos primeiros anos de privações e guerra depois da independência.

Agora a luta acabou, amigo, chegou a sua vez de descansar. Se eu tivesse tido a chance de uma despedida, teria apenas agradecido pela nossa amizade e pelas muitas coisas que me ensinou, mesmo nesse curto tempo, sobre Angola e sobre a vida.

Kandandu forte, Baião.

Do seu kamba F.

Para quem quiser ler um pouco de Fernando Baião, seguem os links de todos os textos por ele publicados nesta casa:

domingo, 11 de abril de 2010

General de Angola é sócio de empresa aérea brasileira

Ex-ministro de obras do país africano, Higino Carneiro se une a ex-empresário de livro infantil para viabilizar a Puma Air

Após adquirir 20% do capital do grupo do Pará, Carneiro planeja transformá-lo em companhia internacional e voar para Angola até junho

MARIANA BARBOSA
MARCIO AITH
DA REPORTAGEM LOCAL

Por anos o presidente Lula desejou ver uma companhia aérea nacional voando para o continente africano. O problema era a falta de interesse das grandes empresas brasileiras, como TAM, Gol e OceanAir.
O sonho do presidente agora ganha asas, graças ao general Higino Carneiro, um dos homens mais ricos de Angola. Apelidado em seu país de Bulldozer ("trator"), Carneiro era, até o início do ano, ministro de Obras Públicas.
Após adquirir uma fatia de uma empresa regional paraense, a Puma Air, Carneiro prepara-se para transformá-la em uma companhia aérea internacional -a empresa pretende até junho voar para Angola.
A façanha veio da união entre uma das várias empresas de Carneiro, a Angola Air Services, e o empresário brasileiro Gleison Gambogi de Souza -até 2005, dono de um negócio de franquia de livros infantis.
Formalmente, Gambogi detém 80% da empresa. A participação da AAS, de Carneiro, ficou limitada a 20%, o teto legal para a participação de estrangeiros no setor.
Gambogi conta que conheceu Carneiro em Angola, onde viveu os últimos cinco anos. O empresário foi para o país africano pela primeira vez em 2004 "prestar consultoria" para a empreiteira Metro Europa. Virou sócio e vice-presidente da empreiteira. Foi quando estreitou laços com Carneiro.
"Chegamos a ter uma carteira de US$ 1 bilhão em obras em Angola", disse Gambogi. "Fiz minha vida empresarial em Angola e, para o Brasil, estou nascendo agora. Mas vocês vão ouvir falar muito de mim."
Para ganhar tempo, a Puma decidiu por não montar uma estrutura operacional, mas alugar da Gol/VRG um Boeing- 767, com tripulação e tudo, numa modalidade de aluguel conhecida como "wetlease".
Confiantes de que terão todas as autorizações concedidas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), os sócios da Puma já providenciaram a pintura do avião, que se encontra no hangar de manutenção da Gol em Belo Horizonte.
Como as regras brasileiras não permitem que uma empresa se aventure no espaço aéreo internacional sem que tenha experiência no mercado doméstico, a Puma foi obrigada a montar primeiro uma operação doméstica e passar pelo processo de certificação para realizar voos regulares com aviões de grande porte.
Como já tinha base no Pará, a Puma escolheu a rota Guarulhos-Macapá-Belém. O voo também será feito com um avião da Gol, um Boeing-737.
Por conta do risco envolvido no negócio, os contratos firmados entre a Gol e a Puma, segundo a Folha apurou, preveem pagamento antecipado.
A Puma nasceu com capital social de R$ 5 milhões. Gambogi diz ter investido R$ 25 milhões, sendo 20% de Angola e o restante "do próprio bolso."
Dentro dos pleitos feitos pela Puma ao governo brasileiro está a dispensa de apresentar um atestado de segurança operacional chamado Iosa, concedido pela Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo).
"Como a operação será feita pela Gol/VRG, entendemos que podemos voar com o Iosa da VRG. A Iata já deu o aval dela; cabe à Anac dizer sim ou não", disse Gambogi.
A Anac confirma que recebeu a solicitação da Puma para voar com o Iosa da VRG, mas informa que só vai começar a analisar o caso depois que a Puma obtiver a autorização e iniciar a operação no mercado doméstico. O Iosa é o mais abrangente compêndio de segurança aérea do mundo.

Fonte: Folha de São Paulo, 04 de abril de 2010

Vamos voltar?

Que tal o Casa de Luanda voltar a ser o blog cheio de novidades que sempre foi?