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segunda-feira, 28 de junho de 2010

A espera

Nele muito pensamos quando ainda cá nesta Casa vivíamos, em Luanda, mas eram só pequenos planos, não estavam então as condições criadas, problemas eram muitos, nem morada certa éramos capazes de colocar... Mas dos planitos que nasceram cá, ficou mesmo a ideia, que acabaríamos por concretizar em nossa volta ao Brasil.

Para que esteja completa, só falta chegar o novo morador da Casa de Luanda - está programado para fins de agosto. E que para seguir os passos do pai e da mãe, há de se chamar L., e já vai muito bem, obrigado, a dar chutos e pontapés na barriga da P., que não para e crescer.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Na galeria das saudades

Já que o blog anda meio nostálgico esses dias, vou postar duas fotos de Luanda, mas precisamente da Av. dos Combatentes.

Recebi essas fotos por e-mail e não sei quem foi o autor. Caso o mesmo se identifique terei o maior prazer em colocar os créditos.

Como dizem por ai: uma imagem vale mais do que mil palavras, então deixo de lero lero e envio as imagens...


Av. dos Combatentes, meados dos anos 70


A mesma Av. dos Combatentes nos dias de hoje...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A velha amizade que nunca acaba


E continua a render frutos, da melhor qualidade, como esta exposição que amanhã inaugura em Luanda - onde infelizmente não estou para prestigiar. É o trabalho de um fotógrafo brasileiro, João Paulo Barbosa, que vive solto pelo mundo e tem fotos de tribos da Amazônia expostas em grande no Washington D.C., patrocinadas pela National Geographic.
Nesta mostra, que abre as portas amanhã (19) em Luanda, ele vai mostrar um pouco mais das afinidades entre brasileiros e angolanos clicados por suas lentes. A exposição abre às 18h, na União Nacional dos Artistas Plásticos, a UNAP, que fica na Rua Rainha Ginga, números 29/33. Se você estiver em Luanda, não deixe de prestigiar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Canção de Ombera

Procurou-me nesta casa o poeta Namibiano Ferreira. Pedia autorização para publicar em seu blog a foto do quadro Imbondeiro, publicada aqui em agosto do ano passado. Selamos então um acordo. A foto foi ilustrar o poema de Namibiano e a poesia veio acariciar os sentidos dos leitores desta casa.
Canção de Ombera
De Namibiano Ferreira

É no renascer do imbondeiro
que espero a chuva radiosa
aconchegando meu passos
sobre a nudez dos dias ouroverde
que hão-de pintar as telas de sonhos
e risos amenos de crianças felizes.
É no despertar da prata tamborilando
que hão-de soar múcuas ao sabor do suor
da chuva nova a cantar as canções de Ombera.

E, o arco-íris prometido, anda tatuado
nos dentes pútridos e gelados do cometa da desgraça...

Se quiser ler mais poesias de Namibiano, visite o blog: www.poesiangolana.blogspot.com

domingo, 5 de abril de 2009

Espiando o futuro

Revisitando meus velhos álbuns, encontrei estas fotos feitas em maio do ano passado. São de uma escola em Luanda Sul. Resolvi dividir com vocês.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Desafio a todos os leitores

Estava eu a organizar minhas fotos quando me deparei com a imagem do , céu roxo de tanto esforço por continuar iluminado, navios calmos a flutuar no azul da baía de Luanda.

Decidi colocá-la na porta de entrada da Casa, apenas temporariamente. Porque é certo que já está muito defasada. Essa imagem foi capturada pela P. em março de 2008, havíamos acabado de chegar em Angola e estávamos hospedados na casa de uma amiga na Ilha.

Esse skyline por certo já não existe. Está mudado, com muitos prédios novos.

Lanço então um desafio, aos moradores desta Casa que continuam a residir em Angola e também aos leitores que por lá estejam: fotografar a cidade a partir da ilha, para atualizar a porta de entrada da Casa de Luanda.

Os interessados em participar podem subir a imagem em algum álbum virtual (picasa, flickr ou outro) e nos enviar um link via comentário neste blog. A melhor imagem, devidamente creditada ao autor, vai substituir essa que por ora aí está.

Alguém aceita o desafio?

domingo, 1 de março de 2009

Partida

De tudo o que vivi, jamais esquecerei da luz nas tardes de Luanda. Tão plena, verdadeira, pedaços de sol a invadir a pequena sala por todas as frestas de vidro, chocando-se contra paredes brancas e cacos de piso para explodir em milhares de partículas a flutuar, brilho no ar a denunciar cada ruga no revestimento da velha poltrona, cada partícula de pó a pairar sobre os delicados bispos, peões, reis e rainhas do tabuleiro em pedra-sabão. Agradecia sempre por encontrar-la à mesma hora, tocando-me a pele cansada da poeira da estrada, fazendo-me esquecer por alguns instantes o frescor cinza do cacimbo, iluminando-me a escuridão das idéias. Se pudesse, a teria escondia no tronco oco de um imbondeiro em miniatura para carregá-la comigo na longa viagem de volta. E a cada vez que sentisse a tristeza da partida, ou o espírito titubear de banzo daquelas terras tão vivas, espiaria por uma fresta só para confirmar de que não foi apenas um sonho, uma invenção da minha própria imaginação.
P.S. - Este texto foi escrito no cacimbo na casa de Ph. e V. (o tabuleiro de xadrez e o imbondeiro da foto são deles) e guardado para ser publicado no dia em que partisse de Angola, em que deixasse a Casa de Luanda. Ele é o final de uma trilogia que começou com Rendição e Cacimbo sem Ponto Final.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

As manhas da Dorotéia

Dorotéia visita a uma comunidade do Kwanza Sul: dias felizes


Bastou perceber que seria deixada para trás para Dorotéia começar a resmungar. Logo ela, que enfrentou longas estradas até o Kwanza Sul e Huambo sem jamais criar um único problema, agora decidiu que só dá na partida quando bem lhe entende.

Todas as manhãs desde que voltamos da Namíbia é assim. Dorotéia só pega depois de uma conversa, um carinho no volante, e algumas tentativas na chave.

Incrível como é apegada essa menina...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Angola para sempre



Passe o mouse sobre a foto para ler a legenda.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Vida selvagem

Vista do enorme charco onde os animais surgem para beber água, no Etosha

Eu nem sou dos mais apaixonados por animais, mas passar por África sem fazer um safári equivaleria a viver no Rio de Janeiro e jamais ir à praia. Simplesmente imperdoável.

Por isso, o Parque Nacional de Etosha, na Namíbia, foi meu terceiro safari. Em 2005, já havia visitado o Masai Mara, no Quênia, e o Kruger, na África do Sul. O Etosha é definitivamente melhor do que o Kruger em quantidade e facilidade de avistar os animais. Mas o Masai Mara continua imbatível, pois lá é possível chegar com o carro bem ao lado dos animais.

Vai aqui uma seleção de fotos dos bichos que encontramos na viagem de fim de ano. Principalmente para agradar os meus sobrinhos e sobrinhas lá no Brasil, que estão encantados com as histórias das bicharada.


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A prova Swakopmund

Este post complementa um outro publicado pelo companheiro A. no Diário da África, onde ele revela a todos provas definitivas de que a Namíbia não existe.

Aqui, vou apresentar especificamente a prova chamada Swakopmund, suposta cidade no suposto litoral da suposta Namíbia. Vejam as fotos vocês mesmos:


Casas em estilo germânico, ruas limpas e sem buracos. A língua que mais se ouve é o alemão, que também está nos nomes das ruas. A princípio pensei que estivesse na Alemanha, mas aí percebi um detalhe que comprometia essa tese: todas as pessoas nessa suposta cidade são felizes. Bem-humoradas, educadas, atenciosas. E cobram preços baixíssimos pelos serviços.

Na pousada em que eu e a P. ficamos, o dono cobrava apenas 50 dólares por noite. No quarto havia duas taças de cristal e um espumante tinto sobre uma carta com uma recomendação: "Oferecemos este vinho para que vocês possam apreciar o pôr-do-sol nas dunas que ficam a poucos metros daqui".

O vinho era cortesia do hotel. O pôr-do-sol, uma cortesia da suposta Namíbia.

Definitivamente, esse lugar não existe.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Revéillon na Namíbia

Não bastassem terem nascidos ilegítimas, elas foram brindadas com uma improvável combinação de cores. Tinham tudo para levar uma vida (curta, não tenhamos ilusões de que vão durar muito) miserável, mas aí entrou em cena o destino. E elas vieram parar nos meus pés ao mesmo tempo em que uma passagem para a Namíbia fazia volume no meu bolso.

Foi assim que as minhas discretas hainavasias tiveram o privilégio de passar o Revéillon na Namíbia e ainda assistir ao lindíssimo pôr-do-sol nas dunas de Sossusvlei.

É como dizem. Pra tudo é preciso ter sorte na vida. Até pra viver como chinela.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Papai Noel me deu uma casa

Como eu fui um menino bonzinho o ano todo, e como casa foi o que mais procurei nesta aventura angolana, a P. (de Pai Natal) me surpreendeu com essa casota com girassol, onde mora a felicidade – e também os dois filhotes dos nossos melhores projetos de futuro.

Obrigado, P.ai Natal.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Hainavasias, as ilegítimas


Não é nenhuma novidade que o sucesso das sandálias Havaianas pelo mundo é motivo de orgulho para os brasileiros. De tão cobiçadas na Europa e nos Estados Unidos, onde chegam a custar mais de 30 dólares, as sandálias atraíram a atenção dos chineses, que já a imitam e distribuem em vários países – inclusive em Angola.

Um antigo comercial de tevê dizia que as Havaianas, as legítimas, não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras. Bem, não é exatamente assim. O pé direito do par de chinelas que eu trouxe para Angola soltou as tiras irremediavelmente em Benguela, há uns meses atrás. Comprei outro par, que resolveu ganhar o mundo no balanço das ondas na semana passada, numa visita à Cabo Ledo.

Foi assim que cheguei descalço à véspera de Natal. E estava eu dando tratos ao peru ontem pela manhã quando bateu à porta o Aguinaldo, motorista de uns amigos nossos, que nos foi cedido para nos ajudar nos últimos preparativos da ceia.

- Senhor F., estão aqui as chinelas. Não sei se vão servir.
- Chinelas, Aguinaldo? Como assim?
- A dona P. me deu dinheiro e recomendou que lhe comprasse umas chinelas.

Ele me estendeu um maravilhoso par de hainavasias, as ilegítimas, que havia custado 200 kwanzas (2,80 USD) nas zungueiras. Ainda não sei sobre as tiras, mas em 12 horas de utilização as chinelas já demonstraram que soltam as cores. O que não chega a ser um defeito assim tão grande, já que o par comprado pelo Aguinaldo fazia uma improvável combinação de azul, marron, branco e dourado. As tiras são de um dourado brilhante.

Quando a P. chegou de volta, eu quis saber:

- Que instruções destes ao Aguinaldo sobre as chinelas?
- Eu disse a ele que você não gostava de nada muito colorido. Pedi para comprar umas chinelas pretas, ou azuis.

Não preciso nem dizer que as minhas hainavasias foram os sucesso da noite na ceia de Natal em casa. Todos ficaram maravilhados com a criatividade cromática.

É como dizia o slogan: Hainavásias, as ilegítimas. Não aceite imitações.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sobre escolhas e felicidade

Então eu passei dois meses e meio com a mochila nas costas, pé na estrada, visitando dez províncias que me pareceram tão mais relaxantes, tão mais tranquilas, sem o trânsito e a fumaça e bagunça urbana da cidade de Luanda. E não me cansava de repetir mentalmente, 'ah eu seria mais feliz em Benguela', para depois, mais alguma semanas, mudar para 'ah eu seria mais feliz em Lubango', e então mudar de novo para,'ah, eu seria tão mais feliz em Huambo'.

Estava tão compenetrado em tanto chão de estrada que só no último fim de semana me dei conta de que, depois de tanto tempo morando em Luanda, jamais tinha sentado o meu traseiro num barquinho para cruzar a baía que separa o continente da tão festejada Ilha do Mussulo. Então vamos lá, pá, que não se pode ficar sem conhecer o Mussulo.

E vinte minutos de travessia depois, lá estava eu, mergulhado nas águas verdes, bem clarinhas do mar, debaixo de um belo sol, pensando, 'ah, eu seria tão mais feliz vivendo no Mussulo'.

Com tanto lugar para ser feliz nesse país, alguém pode me explicar, por favor, por que é que tanta gente continua insistindo em viver em Luanda?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Angola 2009

Como correram melhor do que o próprio MPLA esperava as legislativas de 2008, o presidente José Eduardo dos Santos parou de dizer que não mais seria candidato a reeleição nas presidenciais de 2009.

E então, coincidentemente, surgiram espalhados pela cidade centenas de cartazes como esse, com excertos de discursos do presidente. Quem achar que estou exagerando, pode fazer uma visita ao Aerograma, onde o companheiro Afonso Loureiro mostra melhor a decoração zéduardiana de Luanda.