Tô sim! Quem está a falar? Yá, tá fixe, catorzinha!
Era um sábado, meu primeiro dia em Luanda, e o Candongueiro resolveu me levar para passear na Ilha do Cabo. Escolheu o restaurante Coconuts (Hello, Miami?) e, em grande (expressão que aprenderíamos depois o significado), arrancamos (outra!) uma amizade que decerto será para sempre.
Candongueiro me descreveu a vida em Angola nos últimos 3 meses que lá tinha vivido, as argúrias, as dificuldades, a solidão, as doenças e, dificuldades das dificuldades, o que era viver num mundo povoado por catorzinhas diáfanas que jamais, em tempo algum, paravam de chamá-lo ao telemóvel.
Ah, como o Candongueiro é engraçado. Só quem o conhece sabe. Gestos lentos e raciocínio rápido. Porém, neste dia, para além de toda a confusão visual que instala-se na cabeça de um brasileiro que vê Luanda à luz do dia pela primeira vez, o que mais me deixou estupefacto (essa é uma das poucas palavras que mantém esse "c" do lado de cá) foi o fato dele vestir uma camisa da ARGENTINA.
Xé, comé? Um brasileiro, cujo passaporte internacional mais importante é sempre uma camiseta da seleção canarinho, vestindo uma camiseta da Argentina?
Lembrei-me disso hoje ao ver a surra que os hermanos (nossos eternos e mortais inimigos, muito mais do que aqueles que vamos enfrentar dia 25) deram na Coréia do Sul, a banda boa da Coréia....Enquanto que o Brasil, coitadinho, jogou feio e gauchamente errado e só conseguiu fazer um mísero "golo" (ahahah) a mais e tomou um da Coréia do Norte, a ruim, a totally fechada para o mundo.
Tava certo o Candongueiro. Virei argentino também desde que nasci, vale?
Saudades dessas mesas, desse café Delta, dessa brisazinha e, last but not least, de uma coisa chamada angola way of life.
Dali pegamos o carro e fomos até uma esplanada na Maianga, perto da Igreja da Sagrada Família, para os lados de onde tem um parque. Há uma fonte horrível a jorrar água e bebi pela primeira vez outra coisa horrível chamada Água das Pedras. Lá estávamos, para nos encontrarmos pela primeira vez em solo angolano, o F., a P. (que está grávida, caros leitores!!!!) e a Flávia da Costa... Tomamos cervejas numa caneca de alumínio, fizeram troça com o fato deu não saber converter kwanza em real, real em dólar, dólar em kwanza...e o resto é história dentro das histórias que seguiremos contando aqui.
4 comentários:
saudades daqueles dias, x!
quanto à camisa da argentina, manchou-se com cândida (ou "lixívia" -- lembra??) e tornou-se inutilizável.
mas nesta copa vai dar argentina, não tenho dúvida.
abração e estamos juntos!
ah ah ah Eu também chamo lixívia candongueiro! Cândida é a marca aí no Brasil não?
Beijos aos dois!
água das pedras horrível? oh X...
é óptima para curar a indigestão causada pelas catorzinhas ahahahah
Candongueiro, eu também voto na Argentina. Penso mesmo que pode ganhar o campeonato. Pra desgosto de muito boa gente. eheheh
fiquem bem
Solimar
Migas,
Cândida é como os paulistas chamam água sanitária, usada, entre outras coisas, para alvejar roupas, mas tb para o vaso sanitário (a sanita, aí para vcs, aahahaa).
Certo dia tinha escrito na "casa de banho" da pizzaria (como eh o nome, ali na Marginal?) "não deitar à sanita", ahahahhaa, levei horas para entender, não jogue papel no vaso.
ai, meu deus, so se ressussitar o saramago prele conduzir a reforma ortografica, ahahaah
beijos
Postar um comentário