quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ah, o calor de Angola...

Mas nem tudo é mau. E depois, quando me perguntam do que gosto de cá, não hesito: do clima. Para um brasileiro, eu acredito que não faça grande diferença mas, para nós, portugueses, este clima é muito diferente das nossas 4 estações. Eu até gostava, quando vivia em Portugal, das mudanças de estação. Ora agora é Outono e as ruas enchem-se de folhas, ora a seguir vem o Inverno e com ele o meu aniversário e o frio, muito frio e os bolos ao Domingo à tarde. E depois, vem a Primavera e o início dos dias bons e, a seguir o Verão e as férias e a praia com as inevitáveis nortadas e a água de mar que gela até aos ossinhos para quem mora no Norte, como eu, que vivo a 200 metros da praia e acho que já não vou lá, de bikinolas e toalha desde que estou cá. Faz 4 anos este ano. No entanto, desde que descobri o Verão o ano todo, não quero outra coisa (por hoje, amanhã logo se vê). Também já ouvi vozes contrárias que o calor daqui não é bom, que é calor demais. Vão para a Suécia. É melhor. Quando regresso a Portugal de férias, sobretudo no Inverno, sou menina para ficar em casa aí uns 3 dias, todo o dia de pijama, com o aquecedor a apontar para as perninhas. Ai que frio, ai tanta chuva e nhãnhãnhã... Depois, é que começo a conviver. Claro que também vou sentir falta de algumas pessoas. E de um mufetezinho. Mas acredito, que quando for uma velha jarreta, nos convívios familiares assim, tipo Natal, vou contar sempre a mesma história. Ah o clima, as praias, o mar, as saídas com vestidinhos esvoaçantes, as festas nos terraços dos amigos, pela noite dentro sempre, mas sempre com calor bom. E todos continuarão a comer as batatas com bacalhau (se entretanto o gajo não estiver extinto), ou o assado com esparregado, a olhar para o prato e a ignorar a 337ª vez que eu falo em Angola e no clima (naquele ano).

10 comentários:

F. disse...

Essa é a Migas que eu conheço... Como diria o X., voltaste EM GRANDE, querida. Lindo texto. Fica bem, yá.

X disse...

Meu Deus, esta moça merece ganhar um Camões! Se calhar, escreve melhor do que o Saramago. Que lindo relato, Migas! Pois eu agora vivo numa terra que faz 28 graus pra sempre, não varia um grau nunca, brisa, água de côco e muitas, muitas bikinolas.
beijos,

Migas disse...

X., como se diz na minha terra, não te estiques! Estás a gozar a "moça" e eu a ver! :o) Pois bem, nessa tua terra cujo nome me faz lembrar rabanadas e alteria, passa-se realmente MUITO mal! :p

F. Fica bem! E beijo à P.!

Saudades!

ameixa seca disse...

Migas, as tuas histórias até aquecem a alma e olha que aqui tem estado bastante calor :) Mas a Nortada... essa ninguém a desarma he he
Beijos

X disse...

Migas e todos os outros tugas,
O que diabos é uma "alteria"???
Meo Deos!!! falamos o mesmo idioma?
aahahahah, so nao me peça para trocar o moça por rapariga, q ficamos todos ruborizados por essas praias ensolaradas do lado de cá...

Migas disse...

Oh, enganei-me. Uma disléxica, é o que sou. É aletria. Isso o menino já sabe? :o)Humumm, eu já sei o que é rapariga aí por isso, prefiro mesmo o moça!

Ameixa, beijos!!

F. disse...

Epá, Migas, pois diria-te que tanto X. como eu ficamos na mesma entre alteria e aletria, pois não?

bjos

Anônimo disse...

É verdade, por favor nos diga o que diabos é aletria, ahahahaa

Anônimo disse...

olha a Migas em grande estilo. Sim senhora...parabéns pelo texto. Bonito!
E concordo contigo que o mufetezinho deve ser das coisas que deixa saudades, né?

beijinhos
Solimar

Migas disse...

Ah ah ah... a língua portuguesa! Aletria é aquela sobremesa com cabelo de anjo e canela e leite. Acho que é assim que se chama no Brasil, essa massa. Em Portugal, é apenas, aletria. :-)

Solimar, felizmente acho que se consegue recriar um mufete em Portugal. O calor, para o comer no terraço, é que não!

Abraços