Marie nos acolheu na chegada. Lucca nos apresentou ao mar. Zezé nos deu uma grande família angolana. Camaz hospedou nossos móveis, e ainda ajudou a levá-los lá na casa do chapéu... Louise, James, Phil, Viveca, Fabiana e Carlos nos deram teto, o bem mais precioso por aqui! Susana ligou do outro lado do mundo para dar a força e os conselhos que eu precisava no trabalho. Flávia nos acolheu como irmãos, dividiu tantas e tantas mesas de bar, nos deu o gostinho do mundo dos "alfas, bravos e romeus". E tantas outras pessoas nos deram conselhos, contatos, boléias...
Esta manhã, quando Luanda insistia em ficar contra nós, foi de novo a Flávia que nos deu água quentinha para o dia recomeçar relax e cheiroso! Por isso decidi fazer este post para homenagear cada um desses amigos tão importantes na nossa vida luandense.
Há uma frase do italiano Luciano Di Crescenzo que eu adotei como assinatura nos meus emails: "Somos anjos de uma asa só. Temos de nos abraçar uns aos outros para poder voar ". Aqui em Luanda, isso é mais que nunca verdade.
O problema é que até hoje, infelizmente, quem nos ofereceu a mão (ou as asas...) foram sobretudo os expatriados. O individualismo é uma das mais tristes heranças da guerra em Angola. A lei da selva é ainda muito forte por aqui, e se reflete na forma como as pessoas conduzem, moram, trabalham. Difícil encontrar uma ajuda desinteressada.
Espero que, junto da tão falada reconstrução nacional, o angolano possa reconstruir também a solidariedade, que sem dúvida está lá latente na sua alma africana.
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