Eu hoje li uma história escrita por Gabriel García Márquez, depois de se encontrar com Agostinho Neto, em meados de 1976. Não sei é verdadeira. O escritor colombiano a conta como se a tivesse ouvido da boca do herói angolano.
Durante os anos em que ficou preso, Agostinho Neto (para mais referências, leia estes posts sobre a independência e sobre uma polêmica recente) foi proibido de escrever. Ele então compunha seus poemas com letras miúdas, em pequenas tiras de papel, e os escondia enrolados dentro de um cigarro.
Às vezes, só havia dois versos em cada cigarro.
Quando sua esposa, Maria Eugênia, ia visitá-lo, ele lhe oferecia um cigarro. Ela o levava sem acendê-lo, porque sabia que era o dos versos. Em sete anos de cárcere, ele escreveu “Sagrada Esperança”, seu livro de 49 poemas.
Achei que devia reproduzir aqui esta história porque revela muito sobre a forma como este país conquistou a sua liberdade. E porque lembranças desse tipo andam a fazer muita falta nestes tempos entorpecidos de capitalismo selvagem.
Uma bailarina de peso
Há 5 dias
6 comentários:
Interessante!
Quantos cigarros ele teve que fazer, hein!
F., achei esta história a mais bonita que li nesta casa! :o)
Taí Paty, não tenho idéia. O García Márques não apurou esse dado.
Migas, também achei essa história demais. Bem que o Gabo podia voltar aqui agora para escrever sobre as diferenças entre hoje e 76, né?
Bjs.
Grande História! Lindo!
Realmente muito interessante. Sempre há uma forma de se expressar as idéias.
chr
cara muito loco meo to doidao
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