Estas estátuas, um dia, já freqüentaram a praça principal da cidade, em volta do obelisco que hoje oferece sua sombra a Agostinho Neto.
Foram removidas para dar lugar ao herói da independência, e acabaram vítimas das balas perdidas de uma guerra civil com que nunca sonharam, com a qual jamais tiveram qualquer relação.
Está lá, com o inchado ventre de lata todo esburacado pelos tiros de pistola, uma perfuração gigantesca na virilha esquerda, outra de fuzil na testa, o general Norton de Matos, ex-governador geral de Angola no tempo da colônia.
Agoniza suas feridas de bala rodeado, como sempre esteve já na praça antiga, pelas estátuas de mulheres que reprensentam a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança, qualidades atribuídas ao fundador de Huambo.
Estas, as qualidades, tampouco escaparam aos tiroteios.
2 comentários:
Nenhuma bala foi "bala perdida".
Em África não há balas perdidas. Nem os "tiros no pé" são balas perdidas.
O que há, são alvos errados. Ou seja, alguem se encarrega de mostrar ao povo os alvos apropriados para cada momento.
Adorei esse blog, tenho um tambem. ovitruviano.blogspot.com
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