domingo, 20 de julho de 2008

Confusões

Apesar de nunca ter ficado doente em Angola, já precisei de uma consulta na clínica para poder conseguir um atestado médico. Esse atestado médico seria para juntar aos restantes “300” documentos que os portugueses precisam apresentar para o “processo” relativo à carta de condução angolana. Chamam-lhe reciprocidade. Quando fui à clínica, deixei bem claro que queria um atestado médico para esse efeito. Na sala de triagem, com a enfermeira, antes de entrar no gabinete do médico:

Enfermeira: Vou pesá-la, tirar a tensão arterial e a temperatura.
Eu: Temperatura? Mas eu não estou doente!! Eu vim cá para conseguir um atestado médico para tirar a carta de condução angolana! Eu não preciso que me tire a temperatura!
Enfermeira (confusa): Mas é melhor tirar.
Eu: Pode tirar, não tem problema mas, eu acho que não é necessário!
Enfermeira (ainda mais confusa): Vou perguntar ao médico se é mesmo necessário.
Depois de ter perguntado ao médico…
Enfermeira: Sim, é mesmo necessário. Vamos lá tirar a temperatura...
Eu (resignada): Ok!

Já no consultório do médico, bastou explicar para que efeito queria o atestado médico e, em minutos tinha o documento comigo. Sem testes de visão ou outros que pudessem resultar na incapacidade de conduzir.

Conclusão: E se eu tivesse febre? Será que até hoje não teria conseguido o atestado médico???

10 comentários:

F. disse...

Ah Migas, quem pode te responder melhor dessas questões clínicas é a doutora Flávia. Sim, esta casa também tem médico!!!! Fala Flá, "num vale a pena".

Flávia da Costa disse...

Puxa, agora que pensei que pudesse engrenar na carreira de escritora sou desmascarada... "Num vale a pena".
Vamos lá. Migas,por favor tenha compreensão... A triagem serve como filtro para que pacientes mais urgentes possam ser identificados mais rapidamente. As rotinas ajudam a diminuir a margem de erros, então a sua temperatura tinha mesmo que ser checada.
Já o médico, não deveria ter te liberado tão facilmente. Se fosse comigo você teria saído com uma lista de exames para serem feitos antes que eu te concedesse o fatídico ATESTADO.

Flávia da Costa disse...

Puxa, agora que pensei que pudesse engrenar na carreira de escritora sou desmascarada... "Num vale a pena".
Vamos lá. Migas,por favor tenha compreensão... A triagem serve como filtro para que pacientes mais urgentes possam ser identificados mais rapidamente. As rotinas ajudam a diminuir a margem de erros, então a sua temperatura tinha mesmo que ser checada.
Já o médico, não deveria ter te liberado tão facilmente. Se fosse comigo você teria saído com uma lista de exames para serem feitos antes que eu te concedesse o fatídico ATESTADO.

jotaeme disse...

Deliciosa história esta que nos contas!Por causa destas subtilezas é que nos damos conta do que vale o confronto de culturas!
Sucedem tb um pouco pelos nossos lados!
E resta-nos sorrir...não vale a pena zangarmo-nos!
Jorge madureira

Migas disse...

Sim, sim Flávia! Claro que compreendo. Não passa de uma história engraçada que tem como objectivo fazer sorrir quem nos lê. Porque convenhamos não ser uma iniciativa muito compreensível (pelo menos falo pelos hospitais de PT). Imaginemos que eu partia uma perna (lagarto, lagarto, lagarto...ahahah) também seria importante tirar a temperatura? :o)

Mais tarde, voltei para repetir o atestado médico (o primeiro não era o azulzinho destinado para efeitos da carta de condução) e aí sim, fizeram-me aquilo que eu acho apropriado: identificar as cores, testes de visão, reflexos... Sem passar pela triagem e tirar a temperatura. ahahah

Anônimo disse...

E eu fico aqui pensando nesta enfermeira que não consegue resolver um problema simples, sobre medir ou não a temperatura! Haha! Imagine se o caso fosse complicado! Salve-se quem puder!
Aliás, eu já passei por umas boas aqui para tirar a carteira de motorista também. Tá aqui neste link, ó:
http://www.patriciaamorim.com/2008/04/tirando-carteira-de-motorista.html
Bjs.

Jean disse...

É a tal de "burrocracia", Migas.

Creio que o problema é globalizado... Querem ver o meu exemplo?

Comprei um veículo novo da Renault (garantia de um ano) e, este apresentou defeito, com 150 Km rodados: estourou a bomba da direção hidráulica.
Isto ocorreu quando cheguei em casa à noite, numa segunda-feira.

Na manhã de terça, conforme o manual do proprietário, liguei para o "call center" da Renault, explicando o problema.
Solicitaram que eu fosse à assistência técnica mais próxima da minha residência com o carro nestas condições.

Creio que era pra não ter custos operacionais.

Chegando à assistência constataram o defeito e me disseram que os benefícios aos quais eu tinha direito (veículo reserva durante o conserto em garantia e táxi para me levar em casa) não poderiam ser concedidos, pois cheguei com o carro "andando". Para ter os benefícos era necessário que eu chegasse guinchado, através do "call service". A própria assistência me sugeriu que eu afstasse o carro e ligasse para o "call center" solicitando o reboque.

Conclusão, afastei o veículo a quinhentos metros da assistência técnica e liguei para o "call center" novamente.

Uma hora depois fui atendido pelo veículo do "Auto Service Renault", o qual detectou o mesmo problema da assistência técnica. Acabaram ligando para o "call center" e solicitaram guincho para o carro e táxi para me levar em casa.

Esperei mais uma hora, esperando o guincho e o táxi, até que consegui levar o meu carro à assistência técnica. Nem vou contar que o táxi chegou primeiro que o guincho!!!

Pergunto: qual foi o custo desta brincadeira para a Renault? E para mim, o cliente?
Não era mais fácil recomendar às assistêcias técnicas que dependendo do problema, elas podem aceitar "carros andantes". A Renault não confia nas suas assistências pelo Brasil?

As regras são feitas e, muitas vezes, as usamos sem critérios... Foi esse mais um caso de Burrocracia.

Abraço a todos,

Jean Claudi

Anônimo disse...

olá a todos!
alguém poderia, por favor, conseguir o email da Flávia da Costa?
sou amigo dela (do Rio de Janeiro) e gostaria muito de encontra-la.

Obrigado a todos desde já.

Abraços

F. disse...

Valter,

Vou repassar o seu comentário para ela.

Um abraço,

Flávia da Costa disse...

Olá Valter,

Entrarei em contato com você quando eu tiver tempo.

Um abraço!