sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Programão para o sábado


4 comentários:

Anônimo disse...

Entretanto, na Angola real:

19-12-2008
Parte das famílias angolanas vive de restos, afirma estudo

Luanda, 19 dez (Lusa) - Várias famílias angolanas vivem de “restos de alimentos” que adquirem nos mercados de Luanda, de acordo com um estudo do Ministério angolano da Família e Promoção da Mulher (MINFAMU).

Técnicos e especialistas do MINFAMU estiveram durante 45 dias no mercado “Roque Santeiro”, o maior do país, localizado no município do Sambizanga.

Segundo a conclusão do trabalho, pessoas recorrem diariamente a este mercado, onde conseguem obter restos de produtos quase degradados por 150 kuanzas (cerca de R$ 4,8).

Em declarações à rádio LAC, Damásio Diniz, consultor do MINFAMU, afirmou que há “um número considerável” de pessoas que vivem nessas condições, mas sem quantificar.

“Para a realidade do país e da cidade de Luanda é um número considerável e é uma pena, mas é a realidade”, disse.

Diniz frisou que as famílias nessas condições são pessoas que estão “abaixo do nível médio de pobreza”, sem qualquer tipo de subsistência econômica.

“São pessoas que não têm nada e vêm contatar as vendedoras que lhes vendem a um preço módico os produtos que vão jogar fora. E ela (pessoa) compra para fazer uma refeição e dar de comer a família. Há muita gente aqui na cidade de Luanda que sobrevive nessas condições”, afirmou.

O técnico do MINFAMU apontou que para mudar a situação, o governo angolano deve tomar medidas como a diminuição do grau de analfabetismo e criação de empregos.

“O governo tem o programa de abertura de um novo mercado e pode então aí criar empregos para essas pessoas”, disse.

Maria Cangombe é uma das pessoas que diariamente se desloca ao mercado Roque Santeiro em busca de restos de produtos para sustentar sua família.

“Eu estou aqui no Roque a apanhar estas folhas para sustentar as crianças lá em casa. Estou aqui todos os dias porque não há dinheiro”, disse a mulher, citada pela LAC.

“Saio todos os dias cedo de casa e falo com as senhoras que vendem. Muitas vezes passamos o dia em casa com as crianças sem nada para comer. É melhor vir fazer isto do que ficar sem comer nada. Hoje, para se conseguir emprego é difícil, sobretudo para nós que não temos estudos”, lamentou.

Vários relatórios sobre Angola indicam que o crescimento econômico que o país tem registrado não se reflete na melhoria das condições de vida da população angolana.

O relatório “Perspectivas Econômicas para África 2008”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), divulgado em maio, mencionava que o governo angolano tem sofrido “pressões” para que o crescimento da economia angolana se traduza em benefício do nível de vida da população.
www.angonoticias.com/full_headlines_.php?id=22085

Hugo Rebelo disse...

Sugiro este espaço, que tanto visito e tanto me alegra visitar para o prémio dardos.
Visite http://coresemtonsdecinza.blogspot.com

Abraços e boas festas

X disse...

Caro Anônimo,
Já pensou se todos os angolanos passassem a vida somente a refletir sobre as mazelas sociais do país e não fosse a luta, produzindo uma das cenas culturais mais efervecentes do mundo, hoje em dia?
Reportagens como essa, reproduzidas por você e baseada em relatórios feitos por técnicos que vem pra Angola e vivem trancados nas suas guest houses, podem ser escritas sobre os pobres de Paris, Nova Iorque e da Suíça, basta mudar as aspas das "autoridades". Deixem o povo de Angola e da África ser feliz, pelo amor de Deus (e graças ao mesmo Deus eles são!) Chega a ser caricato achar que alguém não pode ser feliz porque outrem não tem o que comer. Vá ao Nordeste brasileiro e pergunte com o que as pessoas estão preocupadas. "Com o que vai tocar no carnaval", certamente será a resposta. Mas certamente você achará outra reportagem como essa para justificar o "absurdo" de termos alguém reunido em cima de um palco cantando para outros num país onde muitos "vivem de restos". Faça-me o favor...this is soo booring...

Anônimo disse...

Caro X,

tive a oportunidade de ler o que o anonimou postou. Como angolana, amante de cultura, não poderia mais concordar com o anonimou. É que eu vivo em Angola e vejo essa realidade de miséria todos os dias. O amigo X é brasileiro, vive em Angola, mas não a vê. O que é curioso! Toda o seu comentário, X, mostra bem o quão a leste do paraíso você está. O quão isensível à miséria do povo angolano você está. E, diga-se, à miséria de uma grande parte do povo brasileiro; essa conversa dos nordestinos é para boi dormir?

É um facto de que a pobreza existe em todo o lado, sim, existe na América, em Paris. Mas você, X, está bem na vida o suficiente para o saber. Tem dinheiro para viajar, para ler, para navegar na internet, enquanto que os pobres não.

Boring: boring são as pessoas como você que não se interessam pela melhoria da vida no mundo. São pessoas que apelam à felicidade enquanto enfiam a cabeça no buraco da auto-cegueira. Dançam e cantam e são felizes tapando os olhos à miséria que envolve esta Angola.

Perceba, o seu bem-estar, a sua felicidade, são a miséria de muitos.

Boring é um ser humano que aceite viver na fantasia sabendo que muitos sofrem com o seu fantasiar.

Felizmente, a esmagadora maioria dos angolanos que vive de restos não concorda consigo. E ainda bem!

E anote, o dia está a chegar em que este pais vai dar um 180º.

Ana Lara.

PS: os melhores artistas são os que composeram (compõem) arte que evoca as misérias de um povo convista à resolução dessa mesma miséria. Por outro lado: Os regimes corruptos autoritários têm sempre uns artistas que vivem às suas custas e que cantam e criam futilidades para outros X fúteis isensíveis como são puderem gozar a sua felicidade cega.