sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Reunião de Condomínio

E porque era o dia de Natal, alguns moradores da Casa reuniram-se em torno de uma fabulosa paella feita por G., um mineiro mestre-cuca que se ocupa como ninguém em analisar a economia deste país. Nosso Paul Bocuse das Alterosas é mesmo um craque. Oxalá um dia eu saiba cozinhar – e entender de economia – tão bem quanto ele! Cada camarão utilizado na iguaria espanhola, como vocês podem ver na foto acima, é maior do que o mapa da África.

F., que estreou-se em Havaianas falsificadas e agora deu para viajar pra sempre (a próxima parada é na Índia), pilotou a churrasqueira o tempo todo e dela saíram linguiças, picanhas e outras guloseimas carnívoras que, apesar da suculência, nem de longe puderam enfeitar o prato da P., vegetariana convicta e educada nos ashrans de yoga da Vila Madalena que é.

Flavia, carioca mais vaporosa do que a soma de todas as fumacinhas de refrescância que saem daqueles chuveiros instalados na orla de Ipanema, nos garantiu mais 28 dias de imunidade ao paludismo – e não só: a simpatia de sempre.

A Braquela de Angola, a melhor poesia pernambucana em forma de blog escrita desde que Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto aprenderam as primeiras letras.

O Diário da África, o nosso Kapucinsky dos Goytacazes, são e salvo da aventura jornalística no Congo. E sua respectiva, obviamente.

Fulano, a maior autoridade em catorzinhas ever. Sempre atento a novidades.

A J., uma versão ainda mais xiita de vilamadalenise, com sua bolsa de Marrocos.

Leonardo de Caprio do Cambuci, o maior assassino da Língua Portuguesa desde que os brasileiros resolveram empregá-la como idioma.

O Z., por razões que só Wookstock pode explicar, esquecendo-se do nome dos interlocutores no minuto seguinte ao “muito prazer”.

E, ao redor da paella, a pulular como num conto de Maupassant, um conjunto riquíssimo de personagens, cada um com suas indiossincrazias, suas histórias e sua Luanda particular.

Registro para a ausência dos nossos amigos Tugas, “nomeadamente” Migas e Gindungo, “nessa altura” provavelmente aproveitando “em grande” o frio lisboeta.

Foi essa a reunião de condomínio de final de ano.

O X. deseja a todos que passarem por aqui, estejam onde estiverem, um excelente ano novo. Até 2009!

8 comentários:

F. disse...

X., antes da índia tem Namíbia. Abs,

Migas disse...

ah ah ah Nem para acertar na minha cidade X.!!! Este garoto é demais!! A migas é do Porto! P-O-R-T-O. Porto. Qual Lisboa, qual quê!! É a maior heresia que podes dizer, meu caro! ah ah ah

Espero que tenha sido um Natal muito feliz, com todos os condomínos e vizinhos!! Até ao final do ano, a migas vai tentar dar um allôzinho por telefone, sim? Desejo-vos tudo de bom! :o)

Volto já no início de Janeiro e, desta vez, vamos fazer uma grande reunião, sim?

Abraço a todos!

Anônimo disse...

Migas,
É que "toda a gente" no Brasil só sabe da existência de uma cidade em Portugal: Lisboa. Eu nunca tinha ouvido falar desta tal de Porto.
É como Porto Alegre, no Rio Grande do Sul?
Então dizer que alguém do Porto é de Lisboa consiste numa "heresia"? Quais são as outras cidades inimigas, só para ficarmos alerta? Aahahaaha. Depois é o X. que é provocador, hein?
Sentimos muito a falta dos amigos portugueses na reunião de final de ano. Você está obrigada a "aterrar" em Luanda com alguma receita inédita para nos mimar.
Então, corrigindo: Migas e Gidungo estão curtindo em grande o frio do Porto.
X.

Migas disse...

Ai ai ai, essa geografia X.! Por isso o menino depois diz que os amigos portugas não são simpáticos! Só conheceu 5 pessoas do país e, consta que estão todas concentradas em Lisboa. No resto do país, somos todos queridos, sim? Porto é no Norte. E é só Porto. Não Porto Alegre. Mas, também somos alegres aqui, sim. Muito! E vai um tchin-tchin com um cálice de vinho do Porto! Saúde!! :o)

Menina de Angola disse...

Ai ai que essa paella du água na boca e eu aqui com meu peru e chocotone hehehehe.

Espero que vs tenham um ótimo ano novo, tão feliz como esse natal!

bj

m.Jo. disse...

Se o autor da paella é o autor do banquete árabe, já posso imaginar. E rezar para ter repeteco quando eu estiver por perto.

jotaeme disse...

Na verdade essa de chamar lisboeta á Migas é quase um sacrilégio! Provocação ou não é melhor não repetir a graça! Eu moro em Matosinhos cidade á beira mar plantada, bem junta ao meu PORTO cidade invicta e cujas gentes não gostam destes desvios geográficos...nem por provocação! As gentes do Norte têm um orgulho especial em sentir e actuar como portugueses...aconselho mesmo uma leitura da geografia da Porto Editora, pois claro!
E uma boa gestão desse condomínio "fantástico"!
Jorge madureira

Anônimo disse...

Ahhhh, por conta dessas e outras vou ficar com saudade de casa... Mas que bom que dá pra matar um pouco dessa saudade toda por aqui. Adorei o post.