segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Taj Mahal

"Foi a mais linda história de amor
Que me contaram e agora eu vou contar
Do amor do principe Xá-Jehan pela princesa Num Mahal
De de, dederede, de de, dederede, de de ... Taj Mahal"

(Jorge Ben Jor)

Ele é um símbolo internacional do amor eterno (no Brasil, virou até tema de samba-rock do Jorge Ben Jor). Maior complexo funerário do mundo, totalmente construído em mármore branco e adornado com pedras semipreciosas, o Taj Mahal ganhou essa fama porque, segundo a lenda, teria sido construído pelo imperador Shah Jahan como túmulo de sua esposa Mumtaz Mahal, que morreu ao dar à luz o seu 14º filho. Isso em 1632, numa sociedade onde a mulher, até hoje, tem um papel secundário.

História bonita e tal mas a verdade é que o Taj Mahal está se transformando, hoje, num símbolo de como a vida moderna destrói os sonhos românticos.

O primeiro golpe na lenda dos apaixonados vem da ciência. Historiadores enxergam um simbolismo escondido nas inscrições islâmicas que adornam as paredes do mausoléu. Estão reproduzidos ali 14 capítulos do Corão que tratam sobre o Dia do Julgamento Final e sobre os prazeres do paraíso. Um deles, no portão de entrada, é uma citação em que Alah convida os homens de fé a entrarem no seu paraíso.

Além disso, foi descoberto recentemente um texto em Sufi antigo que descreve como seria o trono de Deus e, adivinhem, a descrição é idêntica à planta do Taj Mahal. O texto constava da biblioteca do pai de Shah Jahan. Associando as duas evidências, os cientistas alegam que Shah podia, sim, ser muito apaixonado pela esposa. Mas que também se considerava Deus e o mausoléu, no caso, teria sido construído para ele mesmo reproduzindo as descrições do paraíso.

De que ela era megalomaníaco ninguém duvida. Basta olhar para o imenso mausoléu.

As flores feitas de pedras semi-preciosas foram engastadas no mármore

Estas foram esculpidas numa longa pedra de mármore branco

Mais adornos engastados nas paredes do palácio


As descobertas da ciência podem abalar o mito, mas não acabam com a magia do Taj Mahal. Esta está sendo destruída mesmo é pela poluição lançada na atmosfera por automóveis e indústrias da região.

A chuva se tornou ácida e já há alguns anos vem correndo o mármore do palácio. Trabalhos de recuperação da estrutura vêm sendo feitos e algumas medidas de contenção da emissão de poluentes têm sido tomadas, mas a verdade é que o palácio está ameaçado.

Além disso, o rio que passa por trás dele foi assoreado, perdeu vazão e baixou. O terreno se tornou instável e os alicerces dos minaretes ao norte estão abalados.

Ou seja, enquanto a ciência especula as intenções românticas de Shah Jahal, nosso estilo de vida está prestes a acabar com a estrutura física da representação do amor eterno.

As cúpulas do Taj Mahal e, abaixo, a mesquita que faz parte do complexo

P.S. – Mumtaz morreu em 1631 e a obra começou em 1632, mas só acabou em 1653. A dúvida é: onde ficou enterrado o corpo da Mumtaz enquanto o Taj não ficava pronto?

3 comentários:

Jules disse...

Arquitetura fantástica!
Ótimas fotos!

Anônimo disse...

Desculpem-me a ignorância mas o Taj Mahal faz parte das 7 maravilhas do mundo?
Outra coisa F, o termo SUFI é alguma língua falada na Índia?
E por último, será que ví bem? Aquilo tudo é mesmo MÁRMORE? Porque se for, então porque é que nós os "civilizados recentes" estamos a menosprezar a inteligência dos "civilizados antigos" destruindo conscientemente aquilo que representou para os que nos antecederam um bem tão precioso quanto a vida? Embora nada se compare com a Vida.

Estou a adorar e aprender mutito com esta reportagem sobre a Índia, parabéns!

Patyfendes

m.Jo. disse...

Ouvi certa vez uma história sobre o Taj Mahal que me impressionou muito. Sobre uma parede enorme, de mármore branco, toda trabalhada, entalhada,lindíssima. E um pedacinho (bem pequeno) com uma inscrustração de mármore preto. Porque, afinal, só Deus é perfeito.
Não sei se é verdade, mas bem podia ser.
Um dia ainda vou aí.
Beijos