Luanda gruda-me à pele com seu calor úmido, entra-me corpo adentro com seus sons, odores e paladares. Oferece-se em magníficos pores-do-sol todos os fins de tarde, de nuvens rosadas contra o azul-claro do céu, de mar dourado como as promessas dos melhores sonhos românticos. Exibe orgulhosa o farolete da Lua cheia a iluminar a baía de águas calmas e o céu profundo de África. E assim vai aos poucos se insinuando, conquistando, seduzindo quem, ao primeiro olhar, só enxergou sujeiras e feiúras e maldades. Rendo-me. Tu és bela, admito. Impossível não gostar de ti, mesmo com todos os teus defeitos. Mas entendas, pequena Luanda, que ainda vou levar muito tempo, se que é esse dia chega, para chamar-te de minha.
Uma bailarina de peso
Há 4 dias
10 comentários:
Quanta sensibilidade para fazer poesia neste cenário tão bem descrito no blog. Gostei!
Celina
Celina, pode parecer brincadeira, mas a verdade é que a o lugar é bonito mesmo.
Giba, grande Giba. Quanto tempo. Por onde andas? Aparece mais vezes por aqui. E deixa de conhecer Luanda só por texto. Vem pra cá experimentar. Abs.
O despero em busca de novas oportunidades, me fez esses dias mandar um currículo para a Toyota de Luanda.
Adorei os textos da nova fase.
Como já disse aqui, sorte!
Pô vivi, cê tá no desespero mesmo, hein.... (rs)
P e F,
Estou viciada neste blog! Impressionante como vocês conseguem descrever a mistura de sentimentos que embaralha a nossa cabeça quando olhamos para esta cidade! Linda, mas chocante nas suas lojas de produtos finíssimos justapostas ao lixo e aos pedintes sequelados de polio nas ruas.
Obrigada pelos textos! E mais uma vez, parabéns!
Adorei........parece-me q estou descrevendo exatamente o q sinto,
NP
que maravilha descobrir o poeta distante! Bjs
Obrigado Flávia, você como moradora da cidade, como nós, conhece bem o que estamos tentando mostrar. Pelo visto esse também é o caso do NP, certo? Você mora em Luanda? Si, que bom te ver por aqui! Pra poeta ainda falta muito, viu. Bjs.
O nascer e pôr do sol se dá em qualquer recanto da Terra. Independente das contradições, degradação ambiental, degradação humana, remete o Ser a uma reflexão sobre a Natureza e o papel do Homem por aqui. É como se dissesse: "'...ainda há tempo."
Prof. R.
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