terça-feira, 5 de agosto de 2008

assédio sexual

Fala-se muito agora de assédio sexual em tudo o que é lugar, ministérios, bancos, empresas de qualquer dimensão, hospitais e clínicas, até nas multinacionais e ongues. Nas escolas
é um escândalo nacional , abres as pernas ou não passas de ano. Arranjar emprego para mulher honesta é uma dificuldade tremenda. Os próprios maridos ficam assustados quando as suas mulheres vão prestar provas. É uma praga que assolou o país e ninguém põe cobro a isso. Já alguém escreveu que, as relações entre mulheres e homens estão a deixar de ser numa base de afectividade para serem uma troca de favores sexuais. Não há nenhum director, chefe de departamento, dono de empresa que não queira saltar em cima das jovens que se candidatam a um emprego. Virou um flagelo, já poucos lugares existirão que não tenham sido contagiados pelo vírus do assédio sexual. Será muito difícil encontrar um antídoto para este mal, na medida em que, os problemas sociais, afectam a maior parte da população. As mulheres têm que sustentar os filhos e frequentemente, maridos desempregados, são obrigadas, nas maior das vezes, a ceder. Grande parte das mais jovens são ingénuas e vão na onda, acabam por ser apanhadas na rede. Tanto umas como outras, calam-se, não denunciam os assediadores, o que torna mais complicado combater a situação vigente.A s denúncias seriam importantes para se formarem processos disciplinares nas empresas e serviços públicos e até, poderem ser levados à justiça, os mais depravados.
O angolano parece que nasceu para sofrer, 500 anos com o colonialismo às costas, a SIDA a fazer estragos, junto com a tuberculose, a cólera que não nos deixa e a malária que demora a nos deixar, a mosca tsé-tsé às portas da capital e agora esta pandemia que é o assédio sexual.

13 comentários:

F. disse...

Fernando, você tocou num ponto importante. Até nas ruas os homens se insinuam sobre as mulheres de uma maneira que, pelo menos para as expatriadas, soa agressivo. Outro dia, uma colega recém-chegada do Brasil ia a caminho da pastelaria e só não teve de correr de um lavador de carros porque eu cheguei na hora e passei um pito no sujeito. Ele queria agarrá-la no meio da rua num abraço que, mesmo no Brasil, só se troca entre amigos. Dizem que é cultural. Eu acho que é falta de noção mesmo.

Anônimo disse...

Caro Fernando,

bem-vindo à África real. Aqui em Moçambique essa dos favores sexuais em troca de aprovações nas instituições de ensino já é velha. Relativamente ao SIDA, acredito que vocês de ora em diante, e se não forem adoptadas políticas de luta contra a SIDA eficazes, é que irão sentir o peso dessa epidemia. Aqui em Moçambique cerca de 12% da população está infectada. Num universo de 22 milhões de moçambicanos, quase 2 milhões estão infectados com SIDA. E esses são os números oficiais, até acredito que seja maior o número. Angola, devido à guerra manteve a epidemia "controlada". Não havia trocas comerciais, as fronteiras estavam estagnadas etc. mas acredito que agora a situação se complique. Enfim, como diria o outro: this is Africa.

Beth/Lilás disse...

Mas isso não pode continuar!
Não é justo, meu Deus! Depois de tanta tristeza ainda mais esta!

Anônimo disse...

E o assédio das moças aos chefes estrangeiros? Também já ouvi dizer que é banal.

Anônimo disse...

Anónimo; Acha que os chefes estrangeiros precisam de ser assediados em Luanda? Assédio mulher/homem deve existir em toda a parte do mundo, tirando os países árabes onde não se vê a cara das moças, mas, em Luanda, deve ser excepção.

Migas disse...

Este tema parece-me estar ainda muito "entranhado" nesta sociedade porque a mulher ainda tem um papel muito submisso por aqui. Chegam a cair-se em exageros como "as mulheres são proibidas de usar mangas cavas no local de trabalho". Como se isso fosse evitar possíveis "avanços"! E o caso fica ainda mais ridículo quando, uma moça que conheço (portuguesa) foi proibida de ir a uma reunião, só porque vestia a tal camisola mangas cavas! Tudo para colaborar com a acção anti assédio sexual, no local de trabalho!!

Quanto ao caso com a amiga do F., acho mesmo que o segredo é ignorar e nem sequer cumprimentar certas figuras. Já ouvi umas "bocas" na rua (mas isso também acontece em qualquer país) mas, o segredo é mesmo fazer-se de "estrangeira" e evitar confiança com esses moços da rua... :o)

Abraço

Anônimo disse...

Baião,
Aqui nas Arábias existe assédio sim!
A diferença é que pelo menos em Bahrain, o funcionário que assedia uma mulher é demitido e preso. Neste ponto, eles privilegiam a palavra feminina, por incrível que pareça, principalmente se a mulher for uma muçulmana religiosa. Não sei como são os outros países, mas falo por Bahrain...
Sobre Angola, eu fiquei pasma que seja tão aberto e disseminado como contas.
Isso acontece com estrangeiras também em ambiente de trabalho? :s
Um abraço.

Migas disse...

Paty, o que existir cá em relação às mulheres estrangeiras, será o que existir noutros países do mundo e, no meu país também. Não considero que seja mais ou menos. Falando sobre experiência própria, e trabalhando com mais homens do que mulheres nunca sofri nada directamente. Agora, que já ouvi coisas que não queria, isso ouvi. Sobretudo por parte dos asiáticos que se tornavam muitas vezes exagerados em criticar aqueles que fazem diferente deles. O facto de eu não ser casada e viver com a minha cara metade, fazia-lhes muita confusão e muitas vezes me senti desconfortável. Houve um ou outro caso mais atrevido, com convites para jantar e outro tipo de "saídas" mas, o facto de os mandar "dar uma volta" bem dada, nunca me trouxe qualquer dissabor profissional. E é isso que as mulheres de cá têm de saber fazer. Algumas, e agora vou discordar um pouco do Fernando Baião, também não o querem fazer porque, talvez essa posição lhes traga vantagens económicas. Nem vou discutir se é por necessidade ou não. Mas o que é certo é que alguns casos de assédio que conheço não eram assim tão indesejados pelas moças porque, talvez fosse a oportunidade para conseguirem ter o desejado "corolla" ou umas roupas de marca. Mas isso, também não podemos dizer que não existe noutros países.

Anônimo disse...

Migas, eu não generalizei, que existem moças e até mais crescidas, que não se importam de ser assediadas, conheço bwé, falo, da "maioria parte", dos chefes que só aceitam empregar as mulheres se elas forem para a cama com eles.Se não "abres as pernas", não entras ou não és promovida.É um caso grave na nossa Luanda.Com as mulheres estrangeiras não sei, penso que tem havido mais decoro, mas as bloguistas expatriadas poderão melhor dizer o que se passa.

Migas disse...

Sim Fernando, eu percebi que não estaria a genaralizar. Eu é que gosto ver sempre as duas partes dos problemas. Uma vez, um angolano até me disse que eu, exemplifico muitas vezes que, as coisas más que aqui existem, também as há em PT ou em qualquer outra parte do mundo. A dimensão é que às vezes é diferente. Dizia ele que o fazia sentir mais feliz por saber que os "males" de Angola também acontecem noutros sítios. Agora, convenhamos que certos "males" acontecem com maior dimensão aqui e este do post, será recorrente em muitas empresas de cá. Talvez mais do que noutros países onde as mulheres têm já um papel menos submisso. Quanto às mulheres expatriadas, é como falei. Poderá acontecer, como aliás acontecerá em PT ou noutros países.

Anônimo disse...

Bom, Migas, então, se não assediam tanto as estrangeiras, isso prova que eles sabem com qem podem armar este tipo de "sujeira", né?
Eu acho que há 2 problemas: o do assédio e o das mulheres que aceitam o assédio como forma de alcançar sucesso profissional (que não são todas, não me entendam mal). Muitas "aceitam" em troca de favores. Agora, também acredito que muitas são praticamente forçadas a isso... Não sei se justifica, sinceramente, pois não posso dar uma opinião mais firme sobre uma sociedade que não conheço bem.
Se fosse no Brasil, por exemplo, onde os casos têm a possibilidade de serem punidos, eu diria que a mulher só aceita o assédio se for interessante para ela. Eu mesma já tive que dar um "chega pra lá" mais de uma vez no trabalho, mas depois fiquei em paz. No Brasil, é uma questão de a mulher se dar o respeito também, mas não sei como isso se passa em Luanda. Abs.

Anônimo disse...

Raios pa, isso é um blogue de estrangeiros ou que??
so brancos e canga massas???

Emilia disse...


acredito que o assedio sexual em Angola ñ se faz sentir (ñ que ele ñ exista)por dois motivos.
1-não existe nenhuma legislação que acolhe pessoa que passam por isso.
2- É visto como meio pra muitos para realizarem os seus objectivos( conseguir um carro, frequentar lugares de renome,conseguir uma casa e alimentar os vícios).
mas é preciso encarar essa problemática de uma forma real, porque existe e tem muitas mulheres sofrendo com este tipo de violência moral, em umas preferem abandonar seu emprego por não aguentarem conviver com tanta hostilidade.Quem sente-se bem com o assédio que viva ( ñ temos como obriga-los a mudar , as circunstâncias da própria vida lhe ensinará, mas se podermos fazer alguma coisa pra ajudar a erradicar esta problemática e permitir as pessoas a viverem em um ambiente seja de trabalho ou escolar melhor, que o façam.