sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Kixiquila

Funciona assim. Um grupo de amigos, ou vizinhos, ou colegas de trabalho, se une numa espécie de cooperativa informal com um objetivo comum. Todos aceitam dar na mão de um deles um percentual alto do salário do mês. A cada mês um deles recebe a bolada para satisfazer o objectivo comum. Vamos a um exemplo concreto.

Quatro amigos querem comprar carros no valor de 6 mil dólares. Eles se unem e três deles dão 1.500 dólares ao primeiro, que compra o carro este mês. No mês seguinte, quem recebe é o segundo e assim sucessivamente, até que todos comprem os próprios carros.

Se um deles pegar o dinheiro, comprar o carro e depois falhar na hora de pagar, o pau come. Mas parece que dificilmente acontece quando organizado entre amigos.

É uma prática tão comum que, no escritório, todos os angolanos já fizeram pelo menos uma vez na vida.

5 comentários:

Elaine Bittencourt disse...

ah, que interessante!
Anos atras quando ainda morava no Brasil, o pessoal daonde eu trabalhava fazia isso tambem, eu nunca entrei em nenhum deles, eu acho que no Brasil eles chamavam de consorcio. Eu sei que tem (ou tinha?) um consorcio (de carros) organizado por empresas, mas nao eh' a esses que me refiro, sao os particulares, entre amigos ou colegas de trabalho.
Eu me lembro que faziam de aparelhos eletronicos, eletrodomesticos, etc, tipo dvd player, televisao, microondas, e por ai' vai - essas coisas sao bem caras no Brasil.

Anônimo disse...

Nós brasileiros tivemos nos anos 80 as Piramides, em que "amigos" financiavam da mesma maneira os do topo da lista. Porém quando algum cmeça a não cumprir a sua parte, é que fica complicado. A idéia é boa na Teoria, mas na prática é um pouco complicado. Somente com pessoas de muita confiança.

Elaine Bittencourt disse...

ah Reinaldo, mas as "piramides" nao sao a mesma coisa que ela ta falando nao. As piramides tem p/ todo lado do mundo, mas eh outra coisa.

Anônimo disse...

Nao seria mais simples a pessoa economizar o dinheiro por 4 meses e comprar para si do q arriscar no conjunto correndo o risco de ficar mal com os colegas?

Acho q nao entendi muito o objetivo do jogo :)

F. disse...

Reinaldo, acho que a Kixiquila está mesmo mais para consórcio do que para pirâmide, como bem exemplificou a Elaine.
Israh, de fato, fiz a mesma pergunta que você à pessoa que me explicou o funcionamento da kixiquila. A resposta foi que, sem o jogo, a pessoa gastaria o dinheiro. Como assumiu o compromisso com os amigos, ela tem de entregar o dinheiro assim que o recebe e isso vira uma poupança forçada.