Outra despedida antecipada foi a do meu grande companheiro A., do Diário da África. Aventureiro como só ele, A. foi desbravar países ao norte do continente. Voltará a Luanda, mas já não mais estaremos aqui para desafinar nas canções que ele tão bem executa ao violão.
A. chegou pouco depois de nós a Angola. Foi logo submetido a um linguado de guerra, todo destruído pela minha falta de intimidade com peixes e churrasqueiras. Depois daquele jantar, pensei, desistiria da nossa amizade. Mas não. A. resistiu e nesses meses de convivência, só fizemos descobrir mais e mais afinidades.
Sempre nos apoiamos nas horas difíceis das piores queixas nos momentos de insatisfação com os diferentes projetos ao quais nos integramos aqui. Ele e a F. nos abrigaram de coração aberto no auge da crise de moradia que eu e a P. enfrentamos em Luanda. E foi com eles que passamos nosso Natal e nosso Reveillon, numa viagem inesquecível que já deixa saudades.
Amigo, jamais vou ter palavras para agradecer pela amizade, pelas longas conversas, pelas cantorias nas tardes de domingo que estarão, para sempre, entre as melhores lembranças de Luanda.
Agora parto, mas já com a certeza de que ainda vamos realizar muitos projetos juntos. Inclusive aquele dos retornados que nunca mais voltaram... Pode anotar aí.
Uma bailarina de peso
Há 5 dias
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