
Localizada a 692 quilômetros de Luanda, Benguela é considerada a segunda economia do país. Estima-se que tenha 600 mil habitantes (faz muito tempo que não se realiza um censo por aqui) e tem o Porto de Lobito, o segundo mais importante, que está passando por uma reforma avaliada em 1,8 bilhão de dólares.
Praia Morena, na orla da cidade de Benguela, capital da província
A capital da província também se chama Benguela e tem como principal ponto turístico a Praia Morena, que atrai milhares de pessoas nos finais de semana. Durante a semana, sua areias ficam vazias, apenas com alguns garotos a jogar futebol, ou crianças a tomar banho no mar gelado no intervalo das aulas. O sol é forte em Benguela, mas a brisa fresca que sopra do mar (pelo menos nesta época do ano), diminui a sensação de calor.
Alpendre do restaurante GMX, na beira da Praia Morena
Comparada com Luanda, Benguela parece um lugar mais arejado. As ruas são mais largas, mais limpas, existem ainda mais casas com quintais do que edifícios. O trânsito é mais disciplinado e bem mais leve, os carros param para os peões atravessarem e há sinalização de trânsito. Até os candongueiros estão mais bem conservados.

Há uma quantidade enorme de motocicletas que fazem o serviço de Cubabata. A palavra, em umbundo, significa "a rascar", como tentaram explicar-me alguns angolanos a quem pedi ajuda. Como brasileiro, fiquei na mesma, claro. Na prática, é o que chamamos no Nordeste de mototáxi.
A sede do MPLA, num dos largos (praças) principais da cidade
As sedes do Tribunal Judicial (esq.) e do governo municipal
As praças são ornamentadas com palmeiras imperiais gigantescas e os prédios históricos estão bem conservados. São usados como sedes das instituições públicas. Infelizmente não pude fotografar o Banco Nacional, na mesma praça do início do post e vizinho do Governo Municipal (acima), nem a sede do Governo Provincial. Mas não por causa da neurose que impera em Luanda, onde é proibido fotografar prédios públicos. O problema foi a luz. Os dois estavam contra o sol.
Rosa, vendedora de abacates, com seu bebê, João, de apenas um ano e meio
O que há de melhor em Benguela, porém, é seu povo. As pessoas são mais fraternas, mais tranquilas. Dizem bom dia aos estranhos nas ruas, gostam de ser prestativos, de dar informações, de ajudar os estrangeiros. Ninguém me pediu dinheiro na rua até agora!
As pessoas aqui, acreditem, estão sempre sorrindo. Algo difícil de se ver nas ruas de Luanda.