Nos mudamos em outubro, mas é como se tivéssemos passado muito mais tempo lá. Na cozinha de R. descobri um gosto pela culinária do qual nem suspeitava. Sob a orientação dele aprendi a preparar alguns quitutes brasileiros, notadamente o pão de queijo, pelo qual me tornei responsável oficial nas festas que promovíamos.
Mas o bom professor não é aquele que ensina um prato. Receitas existem aos montes. R. ensinou-me a sensibilidade para sentir a textura dos alimentos, a flexibilidade para adaptar ingredientes e medidas, a criatividade para inovar em misturas e temperos.
Ele é mesmo assim. Está sempre criando algo novo, adaptando pratos aos ingredientes que Luanda oferece. Pelo exemplo, aprendi a inventar receitas que nunca haviam sido escritas, testadas e aprovadas em livros e sites. Coisinha simples, vamos deixar claro, mas que saíram totalmente desta cabeça mesmo.
Cozinhávamos, falávamos de literatura, música, economia; ríamos das novelas e sitcoms da TV Globo; bebíamos nosso vinhos, biricocas, scotchs e cantávamos acompanhados pelo violão do companheiro A.
Era como se já nos conhecêssemos há muitos anos, tamanha a afinidade. Foram os melhores dias que vivi em Luanda.
Agora vou para a Índia e uma das coisas que pretendo fazer é um curso de culinária indiana. Quem sabe não prosperam aquelas idéias soltas de um dia abrirmos um restaurante no Rio de Janeiro? Nunca se sabe...
Porque o R., o A., a F., a Flávia, a Branquela... São amigos que ficam, que ficarão para sempre.
Um comentário:
F, olha acabei de preparar um feijãozinho básico e usei a dica que o R. me deu... Cara não é que funciona?! risos
O R, realmente é um chef de primeira porque cozinha com amor. Além de ser uma pessoa encantadora.
Se vcs realmente abrirem o restaurante eu já estou na fila.. rs
um beijo grande ao casal que vai e ao mestre cuca...
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