Caminhava lentamente por uma movimentada avenida do centro quando fui abordado:
– Senhor, identifique-se por favor – disse o policial. Saquei minha identidade diplomática e entreguei a ele.
– Ministério das Relações Exteriores? Protocolo Geral? Onde o senhor trabalha?
– Nas Nações Unidas – menti.
– O que é PNUD? Algum partido político?
– Não, é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
– Ah, o senhor está a ajudar Angola?
– Exatamente.
– Para onde estás indo agora?
– Para uma reunião ali noutro bairro.
– Pois vamos então. O senhor sabe, existem muitos ladrões por aqui. Não como no Brasil, mas há gatunos. O melhor seria fazer uma fotocópia deste bilhete de identidade e deixá-lo em casa. Pode andar só com a cópia.
– Agradeço o conselho, vou segui-lo.
Chegamos à esquina. Ele parou.
– Nosso papel, como policial, é proteger e ser amigo do cidadão. Apreciei muito tê-lo conhecido. O senhor não teria uma gasosa para me oferecer?
– Também apreciei muito tê-lo conhecido, mas não tenho gasosa.
– Mas eu o acompanhei até aqui. E a segurança que lhe prestei?
– Agradeço sua preocupação com minha segurança, mas não pedi que o senhor me acompanhasse.
– Está bem então. Vá em segurança. Quem sabe numa próxima vez que o senhor passe por aqui...
Uma bailarina de peso
Há 4 dias
3 comentários:
Acho bom redobrarem a atenção e cuidado por aí. Os gatunos daí poder seguir o exemplo do Brasil e virar ladrões como aqui. Pelo visto, poderão confiar em bem pouca gente. A gasosa daí, nossa cervejinha, deve estar institucionalizada.
CHR
Nossa, não conhecia o termo "gasosa". Vc sabe a origem?
CHR: não há motivo de preocupação. Para quem já morou no Rio e em São Paulo, isso aqui é moleza. Os caras não são profissionais. (rs)
Vivi: gasosa é como eles chamam o refrigerante aqui.
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